Quando Andrés Sanchez assumiu o Corinthians pela primeira vez, em 2007, o desafio parecia absurdo. O time tinha péssimos jogadores e estava para cair, o que aconteceu de fato. Não havia estrutura alguma e o clube estava afundado após uma parceria no mínimo suspeita com investidores russos. Era o fundo do poço.
Andrés, mesmo com sua relação próxima à gestão anterior, representava uma mudança. Modernizou o clube e, com o mercado favorável, enriqueceu a equipe. Profissionalizou o futebol de tal forma que, até hoje, a bola entra mesmo com bastidores mais atrapalhados.
Dizer que o desafio de hoje é maior é, claro, uma enorme bobagem. O que não significa que não existam sérios problemas: dívida crescente, mercado de patrocínios bem mais reticente e, principalmente, uma impagável dívida com o estádio, que precisa ser renegociada. Situação que, caso não seja bem administrada, pode levar o time a ver mais uma vez os seus piores dias.
Mas há um entrave mais complicado do que a primeira vez. Em 2007, Andrés representava melhor a sua chapa dentro do Corinthians, a “Renovação e Transparência”. Ele era o novo. Hoje, é o velho, é o dirigente que detém o poder, com acusações e até envolvimento direto com Brasília. Uma imagem que o clube não precisa agora.
Para contornar, Andrés terá que se cercar de pessoas com credibilidade maior do que a sua. O Corinthians não precisa apenas de uma estrutura profissionalizada, vai precisar externar isso de toda maneira. E isso inclui até mesmo um comportamento digno do presidente no mercado e nas câmeras.