A colocação de Jérôme Jalcke no centro do escândalo de corrupção do futebol coloca a Fifa num outro patamar de toda essa história. E que deve mudar toda a configuração da cartolada num futuro próximo.
À entidade, não basta mais ser honesta. É preciso parecer honesta.
Colocar nas costas do falecido Julio Grondona a permissão para depósitos que somam US$ 10 milhões não parece a atitude mais sensata a ser feita pela entidade no momento.
E se outro escândalo vier à tona? Qual dirigente será retirado do túmulo para justificar o fato?
A mesma coisa acontece no futebol brasileiro. Com Ricardo Teixeira indiciado pela PF, a situação da CBF fica ainda mais delicada. Os dois antigos presidentes estão mais do que encrencados. A nova gestão da entidade tem basicamente o DNA das duas anteriores. O que fazer?
Parece cada vez mais sem volta o ambiente de transformações profundas no futebol depois que o turbilhão que ainda não tem hora para acabar passar. E qual será o reflexo dessa terra arrasada que deve vir?
É urgente, pelo menos no cenário do futebol no Brasil, encontrar uma nova liderança para o ambiente do esporte respirar novos ares.
Na atual cartolagem, raros são os dirigentes que pensam de forma diferente dos que hoje estão no poder. Simplesmente por não haver meios de se chegar ao poder agindo de forma diferente daquela reinante.
Ao que tudo indica, parecer honesto, para os que hoje estão, é algo impossível de se acontecer. A mudança que isso provocará criará um novo – e melhor – ambiente de negócios.