Análise: Atletas são blindados com soberania, quando deveriam ser exemplo de imagem

Neymar e Lionel Messi são as principais revelações do futebol mundial na última década. Por mais que tenham seus desempenhos questionados aqui ou acolá, vez ou outra, ninguém nega o talento dos dois jovens de 23 e 28 anos, respectivamente. O brasileiro no celeiro de craques do Santos e o argentino na base do Barcelona, na Espanha, já davam mostras desde os primeiros chutes a gol de que o horizonte seria vitorioso e afortunado.

Com milhões, bilhões, inimagináveis “lhões” a contabilizar, o dinheiro deveria, desde o marco zero, ser profissionalmente administrado. A conta bancária está atrelada à fama, involuntariamente. E o sucesso interfere diretamente na imagem do atleta. Um escândalo de evasão fiscal, sonegação, ameaça de prisão e outras acusações do gênero poderia arranhar de forma irreversível as duas carreiras vitoriosas.

Não, não são poucos os casos de atletas envolvidos em casos desse tipo, infelizmente. E Neymar e Messi, como muitos outros no passado, não sairão maculados dos processos. Ninguém será preso e, se houver multa, já será feita Justiça. Atletas são blindados, quando deveriam ser exemplos.  Desde o berço do esporte, a sensação de impunidade e soberania guia quem deveria primar, por origem, a humildade.

Ostentar uma Ferrari quando se deve fortunas ao fisco deveria ter causado um alarde muito maior do que causou. As acusações que recaem sobre Messi também. Em tempos de crise de ética no futebol, os dois só comprovam a tese de que o esporte pode ser corrupto em qualquer esfera.

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