O Brasil talvez seja um dos países em que a negociação de direitos de TV do campeonato nacional seja das mais complexas do mundo.
Desde que o Clube dos 13 foi implodido, em 2011, temos engenhoso sistema de negociação, que exige das TVs um desperdício gigantesco de energia e que dificulta, ainda mais, qualquer mudança que ajude a melhor equiparar as receitas entre os times e a reduzir a força da Globo no domínio dessas negociações.
No processo de 1997 em que o Cade apurou se haveria um cartel formado por Globo, Globosat e Band, todas as informações relativas ao contrato de direitos de transmissão do Brasileiro tinha primordialmente quatro partes envolvidas. As três emissoras e o Clube dos 13.
Agora, o órgão de fiscalização precisa falar com as emissoras e, também, com cada um dos 20 clubes da Série A envolvidos nas negociações, sendo que cada um deles tem um tipo de contrato, com suas peculiaridades variando de acordo com as necessidades de fluxo de caixa, e não de interesse em negociar direitos.
Ao ler as justificativas dos clubes em escolher a proposta da Globo ou da Turner para o Brasileirão, os analistas do Cade devem começar a entender que o órgão precisa, urgentemente, fazer igual à Europa.
Lá, no fim dos anos 90, decidiu-se que o melhor para a saúde financeira do futebol era a negociação coletiva com a TV. Ela permite mais igualdade na negociação ante o poder econômico da TV e ainda gera divisão melhor de receita entre times.
O exemplo que era usado para isso? O sistema brasileiro do C13…