Os clubes de futebol demoram a entender qual é o maior ativo que ele tem frente ao seu consumidor, o torcedor. O futebol é uma paixão há um século, e ainda assim a grande maioria dos clubes (e empresas) do Brasil não percebeu que esse é o grande negócio que o esporte oferece.
Quando não se percebe que a paixão é o que diferencia o torcedor de outro consumidor, os clubes oferecem o produto errado. É isso o que se vê nos programas de sócio-torcedor pelo Brasil.
Para conseguir vender, os clubes têm oferecido de tudo. Ingresso, que se compra na bilheteria, descontos de centavos em cervejas no supermercado, carro popular e, em um caso recente do Flamengo, até ingresso para o show da Ivete Sangalo.
Sem dúvida, essas possibilidades podem gerar algum interesse do consumidor, mas, pensando como negócio, o core business do Flamengo não é show de axé, salvo algum engano.
Hoje, o torcedor vira sócio exatamente para ter um incremento na experiência que envolve o futebol: a ausência da fila na hora de comprar o ingresso. E só. Por isso mesmo, Flamengo e Corinthians chegam a 80 mil nomes quando estão por cima, e ficam com a metade quando estão por baixo.
O que o torcedor almeja é aquela experiência que ele jamais conseguiria comprar. É o que as marcas dão aos seus consumidores quando investem milhões no esporte na Europa e nos Estados Unidos. Quando se toca diretamente no torcedor, a marca efetivamente engaja e fideliza. E, quando o clube perceber isso, será ele quem ganhará os milhões almejados.