Foi positivo o saldo do rompimento de apenas dois dias do Bahia com a Fonte Nova. Na renegociação do clube com o gestor do estádio, ficou acertado que o Bahia praticamente se tornou um sócio do empreendimento. E isso é bom para os dois lados. Causa um maior comprometimento em fazer o negócio fluir.
Mas o desgaste da situação só deixa claro que o Bahia jogou para a torcida na argumentação de que era deixado em segundo plano pelo consórcio que gerencia o estádio. O clube usou do orgulho ferido do torcedor para pressionar o governo do estado e os gestores da Itaipava Arena Fonte Nova para conseguir obter uma melhor negociação. Faz parte do jogo.
Mas o ponto agora é que o Bahia precisa, urgentemente, descobrir alternativas para gerenciar melhor o seu principal produto, que é a qualidade do jogo de futebol. Do contrário, verá, no médio prazo, que é praticamente impossível querer melhores condições se não é capaz de atrair o torcedor para os seus jogos.
O endurecimento das negociações entre clubes e construtoras é parte do jogo. Só não pode o clube achar que ele é hoje a salvação para os novos estádios. Sem dúvida que as arenas, por mais multiuso que possam ser, dependem muito do futebol para arrecadar mais. Mas no nível que está o futebol no Brasil, o caminho mais lógico para os donos de estádios seria pensar em alternativas de eventos para atrair receita.
Depender do jogo de futebol dos times brasileiros é, hoje, um mau negócio. Tendo o Bahia como sócio, a Fonte Nova precisa mudar isso.