Desde o dia 27 de maio, quando estourou o maior escândalo de corrupção do futebol mundial, a Traffic, um dos epicentros do caso, vinha sofrendo revés atrás de revés: primeiro perdeu a Concacaf. Em seguida, a Copa América do Centenário. Agora, não resta mais pedra sobre pedra no império de J. Hawilla. A parceria de Fox e Conmebol colocou a pá de cal na empresa que, um dia, dominou o mercado latino-americano de transmissões esportivas.
A companhia que tinha como slogan “líder em marketing esportivo na América Latina” voltou às origens. Abrasileirou suas ações e a esperança de se manter ativa no mercado. A Copa do Brasil é, a partir de agora, o principal produto da agência, até que venha o golpe fatal. Afogada em sua própria crise, a CBF já informou que revê todos os contratos possivelmente maculados e sob investigação para 2016. A Traffic está entre eles.
Assim como Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, falou em transparência e prestação de contas na celebração do novo contrato, a CBF pode – e deve – seguir o mesmo caminho. Se a nova moda do futebol mundial é ser ético, com toda a ironia que a frase pode carregar, a casa do futebol brasileiro não deve passar muito tempo mais sob a sombra da suspeita de propinas e pagamentos ilícitos nas transmissões de seus campeonatos.
O novo contrato, contudo, não pode ser digerido como a limpeza da sujeira acumulada por anos no futebol sul-americano. É apenas um passo de um longo caminho a ser percorrido.