A quarta-feira foi de festa no futebol. Audiências com recordes, estádios cheios e com belas festas nas arquibancadas. Em campo, jogos com bons níveis. E tudo isso apenas pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o torneio que supre os anseios de parte dos torcedores pelo mata-mata, os jogos eliminatórios.
Tudo isso seria absolutamente normal, se ainda não fosse uma novidade no futebol brasileiro. Contra qualquer nível de bom-senso, os melhores times do país ficaram fora da Copa nacional por mais de uma década. A quarta-feira ensinou algo importante para o esporte: fazer o simples costuma dar bons resultados.
Sempre esteve claro que a ausência dos times da Libertadores desvalorizava o segundo torneio mais importante do Brasil. A presença de todos era apenas uma questão de ajuste simples no calendário, como está provado desde 2013.
Mas não é fazendo o simples que a CBF opera. É claro, por exemplo, que os Campeonatos Estaduais estão esgotados. A fórmula do Campeonato Paulista, um legado de Marco Polo Del Nero, é reconhecidamente um desastre. E o que não faltam são possibilidades de melhoria.
Esse é um problema que ainda a rebaixa o futebol brasileiro. Por motivos escusos, as medidas mais básicas e óbvias são completamente ignoradas. Uma delas, inclusive, pôde ser vista na quarta-feira: o proibitivo horário das 22 horas.
Ainda assim, assistir a belos jogos na Copa do Brasil e ver estádios cheios no Campeonato Brasileiro dá uma ponta de esperança, um devaneio do que seria se o futebol fosse levado a sério por aqui.