Desde 2007, quando o Brasil obteve o direito de abrigar a Copa de 2014, o mercado de televisão viveu uma espécie de “década dourada”, que criou uma bolha ilusória no mercado.
Ficamos, desde então, obrigados a ter esporte na TV e, mais do que isso, a exibir a seleção brasileira. Até 2014, o canal que não pensasse em ter direitos sobre competições da Fifa estaria fadado a “virar paisagem” na Copa.
O que aconteceu desde o passeio alemão por terras brasileiras, porém, mudou radicalmente a realidade para o mercado. A Fifa derreteu em 2015 no escândalo de corrupção que derrubou o status quo da entidade. A Liga dos Campeões da Europa tomou um lugar enorme no interesse das pessoas, fazendo reduzir a importância da Copa para o mercado anunciante. E, no Brasil, sumiu a pressão invisível de se ter a Copa do Mundo por causa do torneio acontecer no quintal de casa.
O desafio das emissoras, agora, é de fazer a Copa significar não apenas alto índice de audiência, mas lucratividade. Até o último Mundial, por mais caro que estivesse o direito de transmissão, era impensável não ter Copa.
Será que o mercado anunciante terá a mesma atenção para o Mundial da Rússia como teve na última edição? E o torcedor comum, estará interessado em ver Nigéria x Argélia ao vivo ou apenas os jogos do Brasil, contentando-se em ver um resumão dos jogos do dia quando voltar para casa, já no meio da madrugada na Rússia?
Tivemos uma década dentro de uma bolha, que se estourou ao longo dos últimos três anos, justamente no período em que o streaming se consolidou, que os anunciantes pulverizaram o investimento e o torcedor, a atenção.
A Copa-2018 é um desafio enorme.