Para desespero dos corintianos, abrir o jornal de esporte hoje remete ao que foi o período entre MSI e rebaixamento do time. A questão não é a gravidade dos problemas, mas sim o clima pesado, dentro e fora de campo, que tem tomado conta do Parque São Jorge. E a direção do clube tem muita culpa nesse processo.
Isso porque, apesar do nome da chapa política que domina o Corinthians desde 2007, transparência não tem feito parte da administração. Não por acaso, a nebulosa negociação entre Caixa e Odebrecht pelo estádio do time ganhou recentemente a capa da “Folha de S.Paulo”, maior jornal do país.
Mas o caso mais notável é mesmo do patrocínio com a Apollo. Um fundo de investimento desconhecido naturalmente causaria desconfiança. Por que, então, não foi feita uma apresentação formal do parceiro, com o detalhamento do contrato e dos executivos por trás do empreendimento? Talvez um melhor relacionamento teria evitado o vendaval mais recente.
As situações ainda se somam a velhas práticas no clube dentro de campo. Trocas de técnicos, brigas em treino e uma obscena relação de empresários com jogadores. Para piorar, as vendas desenfreadas de atletas que minaram o time em campo e, ainda assim, não serão capazes de tirar o prejuízo financeiro ao fim da temporada.
Não tem como negar: as manchetes afastam o mercado do time, e o retorno de credibilidade e prestígio é um processo longo e custoso. Dez anos após o rebaixamento, o clube precisa novamente pensar em profundas mudanças. Com urgência.