Semana de Carnaval, duas garotas acusam de assédio frequentadores do bar Quitandinha, em São Paulo. A direção da casa ignora o problema. Sofre enxurrada de críticas nas redes sociais.
Uma semana depois, Atlético-MG e Dry World apresentam o novo uniforme do clube. No desfile, mulheres seminuas. O que era para ser uma festa, se transforma em crise de imagem. A fornecedora de material esportivo pede desculpas públicas por causa de etiqueta machista.
Final do mês, acontecimento trágico no Equador. Duas turistas argentinas, que viajavam “sozinhas”, segundo alguns veículos noticiaram, são mortas por assediadores. Violência e cobertura da mídia causaram reclamações e comoção em toda a América Latina.
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Talvez o leitor se pergunte o que esses três casos fazem abrindo a coluna no Dia Internacional da Mulher. Na verdade, tudo.
Na sociedade (e o mundo esportivo não está isolado dela), nunca as mulheres lutaram tanto para assumir um novo papel. Por conta disso, atitudes como a do Atlético-MG, que realizava desfiles similares anualmente, já não são socialmente aceitas. Nem pelas atleticanas.
No Brasil, elas já são as chefes de família de 39,8% dos lares, vivem 7,2 anos a mais, mas recebem em média 30% a menos do que os homens para cargos similares.
No esporte, ainda representam pouco menos de 20% dos sócios-torcedores do futebol brasileiro. Porém, é o público que mais tende a crescer e, no nível internacional, tornou-se o principal alvo das marcas esportivas.
A busca por igualdade de gênero chegou para ficar. Clubes e empresas que souberem se preparar para essas mudanças têm muito a crescer.