Ainda vai demorar alguns anos para compreendermos as mudanças por que passam entidades como Fifa, COI e Iaaf. É cedo para sabermos se crise de imagem, prisão de dirigentes, pressão de patrocinadores e investigações policiais vão gerar gestão mais profissional no esporte. Por ora, parece positiva a saída de cena de nomes como Joseph Blatter, José Maria Marin e Lamine Diack.
Aparentemente o discurso de “transparência”, tão divulgado e pouco implementado na administração Blatter, tem sido finalmente posto em prática pela Comissão de Reformas presidida por François Carrard. A Fifa, porém, precisará se reinventar nos próximos anos diante da ausência de dirigentes com credibilidade no mercado.
Reinvenção é o verbo a ser conjugado pelo COI na gestão dos Jogos Olímpicos. A Agenda 2020, anunciada em 2014, que busca baratear os custos do evento, busca seduzir potências olímpicas a sediar a competição. Seus efeitos não serão sentidos no Rio-2016, mas Tóquio-2020 será beneficiada. E, aparentemente, o comitê voltou a atrair países de ponta, com as candidaturas de Los Angeles, Hamburgo, Paris e Roma para 2024.
No momento, a Iaaf é o grande sinal de interrogação. O atletismo era o esporte com mais rígida luta contra o doping. No entanto, a acusação de que o ex-presidente Lamine Diack recebeu suborno para esconder casos positivos mancha sua credibilidade. Com dirigente investigado e mandado de busca na sede, a Iaaf terá que se reinventar com novas e mais rígidas regras.
Se essas mudanças de rota das principais entidades esportivas do planeta terão resultados efetivos, só o tempo dirá. Mas a simples pressão por mudança já indica uma busca por tempos melhores.