Segundo pesquisa do SPC Brasil, 43,5% dos torcedores brasileiros admitem que compram produtos piratas de futebol. Desses, 3,4% só adquirem falsificações, o que daria brecha para os clubes inibirem esse comércio.
É quase impossível dimensionar o tamanho do mercado pirata e o montante que os clubes perdem com ele. Em primeiro lugar, porque não dá para quantificar o número de peças vendidas na ilegalidade. Nem qual a parcela da população que realmente se utiliza do mercado paralelo.
Mesmo em pesquisa, é difícil saber se o consumidor que diz não comprar produto pirata, de fato rejeita o produto ou só tem vergonha de admitir o hábito.
O que fica claro, porém, é que parcela desse público migraria para a versão legal se existissem produtos mais acessíveis. Na Europa, há alguns anos, foram criadas as camisas de fãs, com materiais mais baratos e preços menores. Foi um dos fatores que ajudaram a conter a pirataria no velho continente.
Mesmo com um produto mais popular, porém, é esperado que parte da torcida continue comprando falsificações pois são as únicas peças que têm capacidade financeira de adquirir. No Brasil, em média, um uniforme novo custa R$ 250, ou quase 30% do salário mínimo, o que torna sua aquisição quase impossível para as classes mais desfavorecidas economicamente.
Esse comércio poderia ser combatido com trabalho educativo dos clubes. Por ora, porém, essas iniciativas, como a do Atlético-PR, são isoladas.
Produtos com preços mais atraentes e campanhas coordenadas contra a pirataria seriam um bom primeiro passo para combater o problema.