Aos atropelos, a Paralimpíada do Rio de Janeiro garantiu sua realização com a liberação de R$ 215 milhões de verba estatal. Convênio assinado pela prefeitura do Rio de Janeiro e o patrocínio de última hora de três estatais salvaram o megaevento de um vexame internacional.
E, embora o Comitê Rio 2016 tenha divulgado que, por ora, vai gastar menos da metade do dinheiro liberado (R$ 95 milhões), é de se prever que, ao longo dos onze dias de uma competição com 4.500 atletas, de 176 países, disputando 23 modalidades, apareçam muitas despesas que precisarão ser absorvidas pelos organizadores.
Com a entrada de Petrobras, Loterias Caixa e Apex aos 40 minutos do segundo tempo, e mais os Correios que já estavam na operação, a Paralimpíada impôs uma sonora goleada de 4 a 1 nos Jogos Olímpicos, que contaram apenas com o apoio da empresa de logística para a sua realização.
Não fez falta. Evento consolidado, a Olimpíada atraiu mais patrocinadores privados. No entanto, um dos gargalos da organização foi justamente sanado na Paralimpíada. É que o Comitê Rio 2016 esperava assinar com a Petrobras ou com alguma outra empresa de petróleo. Sem o apoio estatal, os organizadores tiveram que tirar do bolso para cobrir as despesas com gasolina para a frota de carros da operação, disponibilizada pela patrocinadora Nissan. Essa conta foi estimada em R$ 60 milhões.
Com a Petrobras nos Jogos Paralímpicos, esse problema não será enfrentado no evento, que começa na quarta-feira que vem (dia 7).
É salutar que o Estado intervenha no processo garantindo a realização da Paralimpíada, que encerra o ciclo de megaeventos esportivos no Brasil. É vergonhoso que a verba apareça apenas após a imprensa internacional noticiar que os Jogos correram o risco de ser cancelados.