Às vezes é difícil entender como o esporte sobrevive. Casos de corrupção parecem não ter fim, seja no Brasil ou nas grandes federações mundiais. Mas os Jogos Olímpicos de Inverno deste ano darão um bom exemplo do poder que o segmento tem. Quem se lembrará dos escândalos de doping da Rússia quando as duas Coreias entrarem sob uma mesma bandeira?
A medida foi anunciada nesta quarta-feira (17). Em meio ao aumento da tensão mundial nos embates dos norte-coreanos contra os Estados Unidos, as duas Coreias anunciaram que estarão unidas nos Jogos de PyeongChang, na própria Coreia do Sul.
Obviamente, a medida não vai mudar a conjuntura política, que mistura a inflexibilidade de Kim Jong-um com o desinteresse internacional em mudar as condições do país. Ainda assim, promoverá, mais uma vez, a capacidade do esporte em unir as pessoas. Nenhum segmento do mundo tem essa habilidade como o esporte. E é por isso que todos querem, de alguma forma, estar associados aos Jogos ou a eventos do tipo.
E os Jogos Olímpicos nem são o único exemplo desta semana. A Nike lançou uma campanha que exalta o peso da igualdade, em um momento em que o país-sede da empresa, os Estados Unidos, vivem clima de opressão às minorias por parte de seu presidente, o republicano Donald Trump.
Qualquer empresa poderia usar sua força de comunicação para lançar um protesto contra medidas que não estão alinhadas aos seus valores. Mas a Nike tem um poder diferente: ela caracteriza sua mensagem por meio do esporte, e a diversidade pregada é vista em qualquer campo ou quadra pelo mundo. Não tem mensagem mais eficaz.