A reportagem de Duda Lopes sobre como o mercado americano usa o Thanksgiving para vender mais é um bom exemplo de como há medo de se usar o esporte para faturar no Brasil.
Nós simplesmente não usamos nossas datas comemorativas para fazer dinheiro e, mais do que isso, entender que o esporte é algo muito, mas muito maior do que só uma competição.
O americano sabe que o esporte é um entretenimento. E, por conta disso, explora ao máximo o momento de lazer das pessoas. Colocar jogos para ocorrer no meio de um grande feriado como o Ação de Graças é óbvio. Há mais gente sem ter o que fazer, então vamos dar a ela um evento esportivo…
Todos ganham com isso. O torcedor, que tem uma opção de lazer. A mídia, que tem mais audiência. As empresas, que podem vender mais. O esporte, que atrai mais consumidores.
Há alguns anos, sugeri que vôlei e basquete, esportes populares, mas que vivem à margem do futebol, deveriam usar os feriados de Natal e Ano Novo para colocar partidas ao vivo na TV.
O mundo quase desabou de reclamação. Curiosamente, a maioria delas veio de atletas, treinadores e dirigentes, reclamando de perder a folga.
Enquanto quem faz o esporte no Brasil não entender que nossa função é trabalhar no lazer dos outros, não haverá como ampliar essa indústria.
O esporte nos EUA sabe que ele trabalha na hora da folga do trabalhador comum. E, quanto mais gente estiver sem ter o que fazer, melhor para ele.
Por aqui, parece que o esporte tem medo de ganhar dinheiro. Há um grande receio de explorar o fato de que a pessoa está em folga para dar dinheiro a quem estiver trabalhando. Esporte é lazer. Mas só o do torcedor.