Duas matérias publicadas nesta sexta-feira (24) na Máquina do Esporte são emblemáticas para entendermos um pouco do abismo que separa o mercado de marketing esportivo brasileiro do americano.
Enquanto, por aqui, vimos o Internacional encalhar a ação de marketing que fazia com a contratação do peruano Paolo Guerrero, nos Estados Unidos o New York Jets decidiu ir atrás da Marvel para criar uma ação de aumento de receita e engajamento com os torcedores num jogo específico da temporada da NFL que ainda nem começou.
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A disparidade de conceito entre as duas ações mostra quão importante seria, para o esporte no Brasil, incorporar o conceito de “Live Marketing” em suas ações. Nosso olhar enxerga o esporte só como performance, não como um ótimo meio de levar entretenimento às pessoas. E isso faz com que deixemos de lado a capacidade de o esporte ser visto como uma diversão, o que ajudaria a vender mais sua capacidade de gerar novos negócios para as empresas.
A ação promocional do Inter com o reforço que não poderá jogar era baseada apenas na expectativa do torcedor pela performance esportiva que ele traria.
Já o que o Jets propõe em Nova York é algo completamente diferente. O jogo de futebol americano é um evento secundário dentro de uma ação maior, que é fazer uma relação do time com o personagem Hulk e, assim, criar uma ação única e exclusiva numa partida de menor importância.
Enquanto o Inter restringe sua capacidade de entrega apenas para o torcedor mais fanático do clube, o Jets amplia a conversa. Traz para si o fã que pode até curtir um pouco o futebol, mas tem uma relação também com cinema e quadrinhos. Isso amplia o leque de consumidores para o clube e, também, a percepção para as marcas de que aquela entidade não é apenas esportiva, mas uma plataforma de entretenimento.
As melhores ações de ativação de marca no Brasil acontecem geralmente durante shows. Não por acaso, temos atualmente dois grandes festivais de música no ano, sem contar os inúmeros eventos mais voltados para nichos de estilos musicais, como o sertanejo, o forró, o axé, etc. Por que o esporte não consegue fazer algo parecido?
Para as empresas, o show é o momento de conseguir falar com um grande número de pessoas de forma assertiva e diferenciada. Se soubesse enxergar além da performance, o esporte não só tem essa mesma capacidade como consegue reunir milhares de fãs todo fim de semana. É preciso mostrar que ele é estilo de vida, não só um jogo.