A NFL, liga de futebol americano dos Estados Unidos, tem apresentado melhora na audiência neste início de temporada, após amargar números mais baixos no último ano. O Sports Business Journal, veículo do país especializado em marketing esportivo, resolveu perguntar aos executivos das emissoras o porquê da mudança. E houve uma certa unanimidade nas respostas: os novos quarterbacks têm chamado o público para a televisão.
A atual temporada tem contado com atletas jovens para a posição, com destaque em algumas equipes. Após anos de domínio de alguns figurões, como Tom Brady, já com 41 anos, a renovação de talentos na NFL tem sido entendida como fator importante para a retomada da mais valiosa liga esportiva do mundo.
É uma lição a ser tomada: o esporte precisa de novas histórias para se manter no topo. Quando jogadores e times se repetem, perde-se um apelo, por mais popular que seja a modalidade em um mercado.
A regra vale para quebras de tabus. No Brasil, haverá um exemplo claro disso. Ou alguém se esqueceu que o Palmeiras está a seis jogos de se tornar campeão do mundo? As próximas partidas do time terão uma enorme atratividade de todo o público, muito mais do que o time deve esperar no caminho para se tornar mais uma vez campeão brasileiro.
O problema é que, neste caso, a história nova está longe do que pode fazer um gestor esportivo. No caso do futebol brasileiro, graças à fragilidade financeira dos clubes, a renovação de jogadores também não pode ser usada como ferramenta. Rodrygo, jovem estrela do Santos, é um exemplo. A TCL pode até apostar no jogador como estrela nacional, mas por quanto tempo ele estará nos gramados do Brasil?
O lado bom é que nenhum segmento é tão poderoso em contar novas histórias como o esporte. E se envolver diretamente nisso é, sim, função do gestor esportivo. Basta ver o quanto o Corinthians e a Nike promoveram uma homenagem a Ayrton Senna e ajudaram o time a ter recorde de público no Brasileirão, com ingressos esgotados em uma partida que pouco valia para os paulistas, contra o Flamengo.
O torcedor esportivo, assim como qualquer outro consumidor, é ávido por novidades. O marasmo, seja em campo ou fora dele, é vilão do consumo, algo claro em outros setores do entretenimento, mas nem sempre nítido no mercado esportivo. Esse é um desafio que deve estar sempre entre as prioridades do segmento.