Quase ninguém percebeu, mas a Primeira Liga realizou a final de sua primeira edição na semana passada. O Fluminense venceu o Atlético-PR, em Juiz de Fora, diante de pouco menos de 24 mil torcedores. Com poucas datas e jogos espaçados, a liga independente ainda está longe de decolar.
Os críticos afirmam que não é possível introduzir mais uma competição no já abarrotado calendário do futebol brasileiro. Um time grande pode disputar até cinco competições no ano: Estadual, Copa do Brasil, torneios sul-americanos, Brasileirão e copas regionais. Se ganhar a Libertadores, ainda ficará uns 15 dias viajando para a disputa do Mundial de clubes da Fifa. Junte-se a isso um mês de férias e outros 30 dias de pré-temporada e chega-se à conclusão de que a conta não fecha.
Seus defensores acreditam que é positiva a iniciativa dos clubes de promover seu próprio campeonato, sem estarem submetidos às federações estaduais ou à CBF.
Nesse sentido, a Primeira Liga pode ser o primeiro passo para a formação de uma liga brasileira, tal qual um dia almejou o Clube dos 13. É assim que funciona nas potências da bola, como Inglaterra e Alemanha. Em bloco, é mais fácil negociar com TVs e arrecadar mais.
Em 2008, o basquete brasileiro havia chegado ao fundo do poço, ao completar 12 anos fora da Olimpíada. Foi quando os clubes formaram o NBB. Oito anos depois, a liga independente está na TV aberta e fechada, tem parceria com a NBA e coleciona novos parceiros.
Bem mais popular, o futebol não padece do problema de visibilidade. Mas talvez o esporte do 7 a 1 ainda esteja longe de seu “fundo do poço” que obrigue os clubes a agir.