“Seu império de US$ 200 bilhões foi construído no top de uma montanha de falsificações. E há pouco que se possa fazer sobre isso”. Essa foi a capa da revista americana Forbes, uma das mais respeitadas do mundo, em novembro. Ela fazia referência ao fundador do Alibaba, Jack Ma, “o homem que as marcas odeiam”. Esse é o novo patrocinador da Fifa para a Copa do Mundo de Clubes.
Parece que a Fifa, dessa vez, ignorou o bem-estar de seus parceiros. Em um mercado mais maduro de patrocínio, empresas fecham com produtos que estejam alinhadas aos valores de sua marca. E isso inclui as outras marcas com que essa entidade, clube ou atleta está relacionado.
Caso não haja essa afinidade, é razoável que a empresa em questão deixe o patrocínio. Essa lógica é comum, por exemplo, no futebol brasileiro. Marcas de luxo se mantém distantes desse mercado, mesmo ele sendo o preferencial da classe A do país. O problema são as outras companhias populares que dominam o cenário. Não por acaso, o caso da Jeep no Flamengo, ao lado de Caixa e Guaraviton, é uma raríssima exceção.
A entrada do Alibaba na Fifa é ainda mais grave porque ela vai além das questões de branding, ela diretamente fere um parceiro comercial da entidade. Basta entrar no Ali Express, pertencente ao grupo chinês, para desconfiar que essa não seja a maneira ideal de a Adidas vender uniformes a R$ 50. A companhia alemã é uma das vítimas da tal “montanha de falsificações”.
E, com um nome forte, pouquíssimo importa se o patrocínio à Fifa é de outra marca, a Alibaba Auto-E. O grupo se apoia no patrocínio justamente para ter credibilidade ao público final.