A cenas vivenciadas na quarta-feira (13) foram típicas dos piores momentos do futebol brasileiro (leia abaixo). E, de certa forma, consagra o ano horroroso que viveu o Maracanã e expõe o quanto a enorme reforma no estádio foi limitada em diversos aspectos.
A primeira grande questão já foi levantada neste espaço algumas vezes: pouco importa ter uma estrutura de primeiríssima se a gestão de eventos é muito ruim. O grande trato ao torcedor supera uma estrutura ruim de arena, como a Máquina do Esporte mostrou há alguns dias, com o texto sobre o Fenway Park, estádio do Red Sox. Por outro lado, o trato ruim destrói qualquer investimento no concreto.
É recorrente em novos estádios brasileiros, como eram nos antigos: filas longas, saídas inutilmente fechadas, segurança que trata o torcedor como bandido, banheiros sujos, entre muitas outras aberrações. A partida de ontem, entre Flamengo e Independiente, mostrou mais uma faceta disso.
O grande acerto da organização foi a liberação do portão para evitar uma tragédia no fluxo de torcedores que forçaram a entrada. Mas o acúmulo de pessoas nos portões poderia ter sido facilmente evitado com uma medida usada em todas as partidas da Copa: o arco de isolamento do estádio. Em São Paulo, por exemplo, a iniciativa é realizada em jogos maiores no Allianz Parque e na Arena Corinthians.
Ao longo do ano, com o impasse da concessionária e as altas cobranças de aluguel, o Maracanã viveu no limbo do esporte carioca. Agora, fica claro para a empresa que assumir a arena que não basta apenas a aproximação com os clubes. Os torcedores que tiveram uma péssima experiência também precisam ser reconquistados.