Do ponto de vista econômico, a ausência de marcas premium no futebol não faz sentido. Há diversas pesquisas que apontam que o futebol é o esporte favorito do país em todas as classes sociais, sem significativas diferenças entre elas. E a classe A, claro, é a que tem maior consumo dentro do segmento. Por que, então, ficar ausente nesse mercado?
Não é a única, mas a principal questão é como o futebol ainda é enxergado pelo mercado nacional como mídia, e não como uma plataforma de relacionamento. Pensando exclusivamente como mídia, ele deixa de ser um negócio interessante para o setor premium.
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Nesse caso, a prioridade na prática é a lógica da publicidade. Nela, paga-se para ser exposto ao seu público consumidor e para não ser exposto a quem não é interessante. Caso contrário, perde-se dinheiro.
Como mídia, o futebol se torna uma espécie de Jornal Nacional. Com alta audiência e com apelo em todas as classes, mas muito caro para quem quer atingir apenas a classe A. Um canal fechado, segmentado, pode chegar a menos gente, mas será mais preciso em seu público-alvo.
O Corinthians deixou claro ter essa consciência: sua torcida é dividida igualmente entre classe A/B, C e D. Fazer uma parceria com o clube para chegar ao primeiro grupo é perfeitamente razoável, mas o foco em exposição vai chegar a públicos desnecessários.
A Estrella Galicia diz querer o Fiel Torcedor como base para ativações. Esse é um modo de ter acesso apenas a um grupo com hábitos de consumo que faça sentido para a marca. Não é o único. Há uma enorme estrutura em Itaquera muito bem preparada para isso. E um sem número de experiências possíveis com o clube.
Com os jornalistas, houve transporte no ônibus da equipe, com almoço em torno da piscina dos jogadores no centro de treinamento do clube, tudo envelopado para uma experiência exclusiva.
A chave para o sucesso, como sempre no esporte, é um efetivo plano de ativação. Algo igualmente ausente no futebol brasileiro.