Após a realização do Pan do Rio, em 2007, e da Copa do Mundo de 2014, pouca gente duvida que a Olimpíada de 2016 será sucesso de público e crítica. Poucos países conseguem criar um clima de empolgação e festa como o Brasil. Isso foi o que contagiou os turistas estrangeiros que passaram por aqui no megaevento do ano passado.
Com a colaboração externa, também é esperado que não haja problemas com a segurança. O Brasil não possui grupos separatistas nem é alvo prioritário de grupos terroristas.
A Olimpíada do Rio pode ser a última do multicampeão Michael Phelps. Nas pistas, Usain Bolt também deve se despedir do evento possivelmente com mais um triplo ouro. O vôlei nacional irá brigar pelo ouro, comenda que o futebol também almeja, com a provável participação de Neymar entre os convocados.
Em um setor, porém, o Brasil não evoluiu após voltar à roda dos megaeventos: o planejamento orçamentário. A gastança olímpica atingiu níveis absurdos nos Jogos de Atenas-2004, quando o governo grego desembolsou US$ 15 bilhões com o evento, um incremento de 900% nas despesas e responsável, em parte, pela crise econômica do país nos anos seguintes.
Os Jogos de Verão de Pequim-2008 (US$ 43 bilhões) e de Inverno de Sochi-2014 (US$ 50 bilhões) levou o esbanjamento de dinheiro público a outro patamar, afastou as potências esportivas das eleições para sede olímpica e obrigou o COI a agir, freando os gastos perdulários.
Seguindo a nova diretiva, o Comitê Organizador de Tóquio-2020 anunciou, em março, um corte de despesas de US$ 1 bilhão ao remanejar algumas sedes para arenas já construídas. Com isso, o custo estimado do evento no Japão passou para US$ 3,5 bilhões.
Ótimo exemplo para o Rio-2016. Infelizmente, o orçamento no Brasil só engorda, com a divulgação de que a Olimpíada irá custar ao menos R$ 38,2 bilhões (US$ 12,7 bilhões). Ainda assim, é menos do que os US$ 14,3 bilhões que o governo britânico despendeu com Londres-2012.
Para o próprio legado esportivo da Olimpíada, resta saber se, até 2016, o Brasil ficará mais próximo da bancarrota grega ou dos gastos módicos japoneses.