Por sobrevivência, Atlético-PR e Coritiba têm unido esforços em ações conjuntas nos últimos anos.
Em 2015, foram conjuntamente buscar patrocinadores e fecharam com empresas como TIM e 99 Táxis. Também buscaram juntos aumentar seus programas de sócio-torcedor.
Neste ano, rejeitaram proposta da Globo pelos direitos de TV do Paranaense. Em seguida, peitaram a federação do PR, que tentou impedir a transmissão do principal clássico local pelas redes sociais.
Ao confirmar o jogo só por YouTube e Facebook, dias depois, os rivais se tornaram pioneiros em abrir mão de intermediários para veicular conteúdo. O entrosamento era tão grande que o Coritiba apoiou a decisão do Atlético-PR de não ceder de graça à Globo os gols da partida.
O clássico refletiu em um crescimento acentuado das mídias digitais dos times, tornando-as ativo importante na negociação de patrocínios. O sucesso fez a iniciativa ser repetida na final do Paranaense. Mas, sobretudo, influenciou até a CBF a buscar formas alternativas de exibição de jogos da seleção, sem a Globo.
Corta para semana passada. O Atlético-PR alugou a Arena da Baixada para as finais da Liga Mundial de vôlei. Sem estádio, acreditava que o Coritiba cederia o Couto Pereira para jogo da Libertadores, com o Santos.
Foi quando a diretoria do Coxa disse não. Rompimento de um acordo? A atitude atleticana foi no mínimo ingênua. Enquanto iniciativas conjuntas beneficiavam os dois times, é fácil se unir ao rival.
Fica difícil convencer a torcida a ver o clube de coração ajudar o adversário a avançar no torneio sul-americano. Questão de lógica. O futebol deveria ser administrado com o mesmo profissionalismo de uma empresa. Nem tudo, porém, que é usual em técnicas de gestão é válido para o mundo da bola.