É curioso como parece que a Globo está afastada da nova realidade do esporte, com o streaming fortalecido e com mídias alternativas para acompanhar uma partida de futebol. Mas é, sem dúvida, apenas uma impressão: a emissora está absolutamente por dentro das novas tendências. Mais do que isso, está inserida nesse contexto, com serviços e marcas próprias. Mas ela mostra que a força da TV, a tradicional e aberta, ainda resiste muito bem no mercado.
Não é possível, claro, cravar que a emissora terá absoluto sucesso na venda dos pacotes para o futebol. Mas, pelo passado recente, é difícil crer que haverá uma grande dificuldade. Mesmo em um período de mudança de comportamento do consumidor e de crise financeira no Brasil, ela triunfará com um valor cada vez mais alto.
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E o mercado aceita as condições pelo motivo mais óbvio de todos: a emissora tem aumentado a audiência nos últimos anos. Em comparação, a média passou de 14,3 pontos em 2013 para 16,8 em 2018. Está abaixo do que era durante a década de 2000, mas tem mostrado força.
No futebol, isso tem sido muito visível. Durante a Copa do Mundo, a Globo conseguiu números que não eram vistos desde o Mundial de 2006. Em torneios como Brasileirão e Libertadores, o fenômeno tem sido repetido.
A Globo conta para isso com alguns fatores que estão ligados a um novo momento da velha mídia. Há, por exemplo, a crise na Band, que praticamente abandonou o futebol. A queda de canais pagos, seja pelo momento financeiro do país ou pela simples ascensão dos serviços de streaming, algo que tem sido visto em diversos mercados, também faz parte do movimento.
Ajuda também o esforço da Globo em impressionar parceiros. O futebol sempre foi mais valorizado na emissora do que em concorrentes pela capacidade da empresa em colocar as marcas em jornais, algo que garante uma grande exposição extra. Agora, a emissora também conta com inserções maiores e melhores, inclusive com a força e credibilidade de seus narradores. É um impulso bastante significativo.
A Globo sabe que o consumo do esporte tende a mudar. Para isso, investiu no Premiere com venda on-line, para citar apenas um dos passos que a emissora tem dado no mundo do streaming. Mas ela sabe também que o atual modelo ainda tem gasolina para queimar e, obviamente, tentará lucrar o máximo possível até esse caminho não ser mais viável. Por ora, tem sido um passeio no mercado brasileiro.