O problema não é a NFL. As ativações recentes de Visa, Gillette e Budweiser no Brasil são excelentes para a liga de futebol americano e é um grande exemplo de que parceiras têm utilidade muito maior do que a cor do primeiro cheque.
Mas há algo errado por aqui, e a Visa, que saiu da Libertadores para priorizar a NFL, deixa isso claro.
Uma pesquisa do “Lance!” indicou, em 2011, que 93% dos homens brasileiros acompanham futebol. Futebol americano nem apareceu na lista. A Nielsen, no ano seguinte, teve número parecido com o futebol, e outros 3% com o futebol americano.
Basicamente, por mais que tenha crescido, a NFL ainda é insignificante para o público geral do Brasil. Nem mesmo o argumento social é válido; o futebol é mais acompanhado pela classe A no país do que pelas demais. Por que, então, prioriza-se a ativação de algo tão pouco popular?
Há, claro, uma resposta simples: porque a NFL oferece uma plataforma de ativação. E de forma mais segura, sem os escândalos que o futebol explicita diariamente. Mas isso também não pode ser suficiente.
É também responsabilidade do patrocinador saber driblar algumas adversidades e chegar a ativações que promovam um produto mais interessante, como a Libertadores. Não porque exista alguma obrigação, mas porque o grande vencedor dessa manobra é a própria empresa.
As entidades esportivas no Brasil são por vezes medonhas. Mas abraçar um esporte americano de apelo menor e preterir propriedades que envolvem a paixão de milhões é, no mínimo, pouco inteligente.