Mais do que o PSG conseguir fechar a conta da contratação de Neymar, parece que o futebol na Europa não conseguirá dar conta da bolha inflacionária que se formou após a ida do brasileiro para o time francês.
A recusa a ofertas “irrecusáveis” feitas pelo Barcelona para ter substitutos de Neymar, ou o aceite a ofertas em valores mais altos do que os habituais por atletas longe do auge da carreira mostram que os 222 milhões de euros pagos por Neymar geraram efeito cascata de consequências imprevisíveis.
O Barcelona está capitalizado e abriu o cofre para repor a sua perda. Agora, é o Dortmund quem embolsou uma centena de milhões de euros ao vender Dembelé. Quem será o próximo a ter uma nova fortuna no caixa?
O problema não é o PSG ou o Barça terem caixa para sustentar loucuras nas contratações. Mas o efeito que isso gera para os clubes de pequeno e médio porte pode ser aniquilador de um equilíbrio financeiro no futebol.
A Europa tentou, a todo custo, brecar as extravagâncias de donos de clubes bilionários e com grande apetite por contratações inflacionadas. Só não se esperava que um atleta aceitasse trocar o Barcelona por um time assim.
Agora que o impossível aconteceu, o futebol tenta se reequilibrar. O mundo ideal teria sido o Barcelona não sair em busca de um substituto de Neymar e reinvestisse a verba obtida em melhoria de estrutura do clube, com a remodelação do estádio Camp Nou.
O mundo real exige do dirigente, por mais profissional que esteja o mercado de gestão na Europa, a investir no time que logo após perder um de seus astros, foi derrotado duas vezes pelo maior rival. Não tem jeito. A bolha inflacionária já é incontrolável.