Em 1992, por força da lei, a Inglaterra precisou reorganizar seu campeonato de futebol. O esporte mais popular do mundo havia sido assasinado no país que o inventou.
Estádios antigos, criminosos disfarçados de torcedores fanáticos, dirigentes ultrapassados, gestões temerárias, baixa qualidade do futebol praticado dentro de campo.
Criou-se então a Premier League, liga cujo objetivo é promover o melhor espetáculo ao torcedor e garantir a melhor condição financeira aos clubes que estão na competição.
Desde então, o modelo inglês é a NFL, a liga de futebol americano. Agora, também forçados pela lei, os ingleses repetiram a estratégia que é parte do segredo do sucesso americano. Os direitos de transmissão são fatiados em vários dias e negociados com as emissoras de TV aberta, que têm mais dinheiro e maior alcance para promover o campeonato.
O resultado é que a Inglaterra nunca faturou tanto com direitos de transmissão. Da mesma forma, ao dar mais visibilidade aos clubes, esses podem ganhar mais com patrocínio e fazer mais dinheiro com ações para os torcedores no ano.
O futebol inglês repete, quase meio século depois, a estratégia que fez do futebol americano o grande exemplo de geração de riqueza no esporte. O modelo existe desde os anos 60, mas só agora o futebol jogado com os pés percebeu que é fácil fazer dinheiro dessa forma.
Será que o Brasil precisará de mais meio século para perceber o óbvio?