Durante décadas a Fifa tentou evitar o crescimento de um concorrente à Copa do Mundo. A entidade brecou com força o aumento do interesse sobre o futebol nas Olimpíadas nas décadas de 80 e 90, depois tratou de comprar da Toyota os direitos de fazer o Mundial de Clubes nos anos 2000.
Mas nem que quisesse, a Fifa teria o poder de brecar o sucesso da Liga dos Campeões da Uefa, sua afiliada. Após um longo período de construção de marca, a entidade europeia conseguiu fazer de seu torneio o evento de futebol mais desejado do mundo a todo ano. E, sem perceber, a Fifa passou a ter o maior concorrente ao Mundial.
O festival de ações de patrocinadores neste final de semana em Cardiff dá uma mostra da importância global da Liga dos Campeões. A audiência da televisão também revela como o torcedor “comprou” o projeto da Uefa.
A força da competição é tão grande que não houve qualquer efeito sobre a Liga dos Campeões o estouro do escândalo de corrupção no futebol, há dois anos. Escândalo que derrubou Joseph Blatter, presidente da Fifa, e Michel Platini, presidente da Uefa.
Mas que não afetou em nada a competição europeia, ao contrário da Fifa, que assiste a uma debandada de patrocinadores e que, atualmente, só consegue atrair patrocinadores de mercados emergentes, que precisam da credibilidade de uma Copa para crescer.
A Uefa, por outro lado, refina a cada ano o seu rol de parceiros. E, mais do que isso, utiliza da força global dos mesmos para ampliar o seu alcance.
Hoje, 350 milhões de pessoas assistem à final da Liga. O número é metade da audiência da final da Copa do Mundo. A diferença é cada dia menor.
O fogo amigo chegou até a Fifa…