O início de mais uma edição da Liga dos Campeões da Uefa marca também uma dura realidade para o mercado brasileiro. Com a consolidação do torneio europeu e a nossa incapacidade de fazer do futebol um produto mais acessível a todos, é mais eficaz, para uma marca, apostar em ativar a Liga no Brasil do que buscar uma propriedade para trabalhar por aqui.
Por que uma marca apostaria num patrocínio à Copa do Brasil em vez da Liga dos Campeões? Além de poder trabalhar globalmente nas ativações do evento, o benefício envolve um ponto que beira o ridículo na nossa incompetência em gerir o futebol.
No último dia 7 de setembro, em pleno feriadão da Independência, Flamengo e Cruzeiro deram início à final da Copa do Brasil. Era o único evento do dia no futebol brasileiro. E, para atender aos interesses da televisão, a CBF aceitou transmitir o jogo a partir das 21h45… Ou seja, quando tínhamos uma partida de enorme apelo ao público, em pleno feriado, mantivemos o horário determinado pela TV, em vez de pensar na melhor promoção do futebol brasileiro ao público.
A própria Uefa percebeu, anos atrás, que para a melhor divulgação da Liga era interessante fazer a final, antes no meio de semana, num sábado à tarde.
O jogo passou a ser consumido ainda mais pelos jovens, além de as marcas terem a oportunidade de fazer as suas ativações com mais qualidade.
Enquanto o Brasil não pensar em fazer de seu futebol um produto, vamos ser atropelados pelo bom trabalho dos europeus. E, assim, será cada vez mais óbvio procurar a Uefa para conversar sobre patrocínio.
A Liga dos Campeões é muito mais eficiente que qualquer patrocínio no Brasil atualmente.