“Não temos nada com a casa do 7 a 1”. A frase para ganhar manchetes proferida pelo polêmico CEO da Liga Sul-Minas, Alexandre Kalil, mostra que, antes de ser um negó- cio, a Primeira Liga, como se autodenominou a entidade, será palco da nova batalha pela política da bola.
Pressionada pelas federações, a CBF decidiu não dar mais a licença para a Sul-Minas existir em 2016. Juridicamente, os clubes não precisam do aval da CBF para se organizarem numa liga e fazerem um campeonato. Mas e politicamente?
Esse talvez fosse o enfrentamento que os clubes estivessem ignorando ou acreditavam que a CBF estaria fragilizada a ponto de ignorá-lo.
Talvez os clubes não perceberam que peitar federações locais, que são as grandes prejudicadas por uma liga que se torne mais importante que os Estaduais, significa, na prá- tica causar mais problemas à CBF.
Como as federações ainda têm o maior peso na escolha do presidente da CBF, que enroscado pela alta do dólar parou de viajar para o exterior, criar problema com elas, agora, significa ser colocado para escanteio.
A ideia da Sul-Minas era ser um grande negócio. Mas, até agora, a liga mostra que falta uma ampla visão política para fazer com que ela deixe de ser um embrião para virar de fato uma competição rentável.
Os clubes deveriam olhar para o cenário político que possibilitou a criação da única liga nacional que há, que é a do basquete. A CBB tinha chegado ao fundo do poço na ocasião. A CBF está longe disso. E os clubes deveriam ter essa percep- ção para saber a hora de ir ao ataque.