Foi espetacular a ação que a Lay’s e o Esporte Interativo fizeram no último dia 1° de maio, com a primeira mulher narradora de um jogo da Liga dos Campeões da Uefa, diretamente do estádio Santiago Bernabéu.
A empresa e a emissora entraram de sola na questão da presença da mulher no esporte também dentro da mídia. Sem os pré-conceitos que quase sempre circundam o debate, o EI abriu um canal para que uma mulher narrasse, de dentro do campo, um jogo.
Foi um feito e tanto. E, muito possivelmente, será algo que, lá na frente, seja apontado como divisor de águas na presença da mulher no esporte.
Mas foi curioso ver como o Esporte Interativo foi criticado por fazer a transmissão do jogo num segundo canal, sem ser o principal da emissora.
Em vez de olhar o quão inovador foi o processo de fazer um reality show com as concorrentes durante algumas semanas e dar à vencedora o direito de narrar uma partida in loco, o torcedor fez questão de olhar o copo meio vazio. E, pior, a mídia deu mais ênfase a isso do que ao ineditismo da ação.
O caso Lay’s-EI mostra que existe, sim, espaço para inovar dentro do esporte. O maior entrave para isso, porém, é o próprio meio, que é ultraconservador. Não apenas dos profissionais que fazem a indústria, mas de quem é o consumidor do esporte em geral.
Um dos maiores benefícios do esporte é ser arraigado a tradições. Mas é impressionante como se usa essa característica para frear as inovações.
Por isso mesmo, quando uma empresa decide bancar um projeto inovador, deve-se louvar a iniciativa. Num meio tão conservador como o esporte, ver uma empresa apostar em algo diferente é um ótimo sopro de esperança.