O Maracanã tem tudo para ser a zona de conforto da Conmebol. A arena carioca, escolhida para sediar a final da Libertadores de 2020, é, com sobras, a melhor opção para a entidade. Diferentemente do que acontece na Europa, terra que inspirou a final única do torneio, não há escolhas que reúnam as qualidades e as facilidades apresentadas pelo Rio de Janeiro e seu principal estádio.
LEIA MAIS: Maracanã será sede da final única da Libertadores em 2020
A logística de uma final única na América do Sul não é muito simples. São poucas as cidades que possuem boa infraestrutura para um grande evento e com fácil acesso para a maior parte dos torcedores. Voo direto, por exemplo, pode ser algo complicado mesmo entre grandes metrópoles da região. Rede hoteleira, transporte e até mesmo expertise em grandes eventos ficam limitados a alguns lugares.
São Paulo, Santiago e Buenos Aires são algumas das opções, mas nenhuma delas possui estádios como o Maracanã, reformado algumas vezes durante este século e palco principal da Copa do Mundo de 2014 e da última Olimpíada.
Neste ano, ficará clara a dificuldade. Torcedores e patrocinadores estarão na capital chilena, a mais desenvolvida das grandes cidades sul-americanas. Tudo deverá correr bem, mas existe um detalhe: o Estádio Nacional. A arena histórica, que serviu de prisão política no infame período Pinochet, passou por reformas recentes, mas nada que possa ser comparado às novas estruturas montadas no Brasil.
Estádios antigos geram um enorme desconforto comercial. Na final de 2012, por exemplo, o velho Pacaembu chegou a receber camarotes provisórios para a partida entre Corinthians e Boca Juniors. E a arena ficou no limite máximo para ter 40 mil pessoas. Uma situação distante da imagem modernizada que hoje busca a Conmebol.
São Paulo, aliás, tem ótimos estádios para áreas VIP, camarotes e ações de relacionamento. Mas nem a Arena Corinthians nem o Allianz Parque conseguem abrigar mais de 50 mil pessoas. Pouco para a grandeza esperada pelo evento. Porto Alegre e Belo Horizonte têm belas arenas, mas sem a mesma facilidade de acesso.
Na Europa, a Uefa pode escolher entre Madri, Paris, Lisboa e, principalmente, Londres. Quando inventa, há reclamações de patrocinadores e torcedores, o que ficou bem exemplificado pelo caso extremo da final da Liga Europa em Baku, capital do Azerbaijão, na temporada passada. O Rio de Janeiro, mesmo com os problemas de violência, é uma cartada certa. E tudo o que a Conmebol precisa agora é fazer do evento o mais organizado possível.