A disputa entre Nike e Adidas para quebrar a marca de 2h de uma maratona é uma das principais novidades do mercado de corrida de rua dos últimos tempos. Marcas que não são as líderes de mercado no segmento, as duas gigantes mundiais do esporte vão agora propor a criação do fato novo.
Só tem um problema nessa história. Ao querer fazer essa quebra de recorde sem seguir as regras da Iaaf, como mostrado ontem por aqui, a Nike perde a “validade” de sua ação de marketing. Nada contra o feito que pode vir a ser alcançado pelo atleta patrocinado pela marca, mas a partir do momento em que ele acontece fora do ambiente oficial de competição, o recorde deixa de ser um feito do esporte para se transformar numa ação artificial.
É muito, mas muito legal, as marcas investirem em tecnologia para poder realizar um grande feito esportivo. É só lembrar o que foi o tal do maiô da Speedo no universo da natação nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Mas desde quando criar as próprias regras para trazer para si um recorde é uma boa jogada de marketing?
O que a Nike propõe é, mais ou menos, o que Romário fez ao criar a lista própria para chegar ao milésimo gol na carreira. Na época foi bacana, houve um grande barulho sobre, mas…
O que ficou do episódio Gol 1000?
O marketing precisa do esporte para ter validade. Quando a Nike cria o próprio ambiente para conseguir quebrar um recorde, ela perde a autenticidade de sua ação. O feito pode até ter sido alcançado, mas sem a validação da Iaaf, como o público reagirá?
É importante para as marcas terem autenticidade nas ações de marketing no esporte. E ninguém melhor do que o próprio esporte para validar a ação de uma marca. O marketing precisa disso para ter validade. Se não, a ação será esquecida em pouco tempo.