De um lado, a celebração pela renegociação do patrocínio estatal a meia dúzia de clubes, entre eles os dois de maior torcida do país. Do outro, um acordo fechado com empresas privadas de mídia para a transmissão mais cara do futebol.
As duas principais notícias desta quarta-feira na Máquina do Esporte podem servir como base para entender um pouco o abismo gerencial que existe no futebol brasileiro em relação às nações mais desenvolvidas fora das quatro linhas.
Perdemos de goleada dos ingleses quando o assunto é a gestão de nosso principal produto esportivo.
A Inglaterra é o país que mais se assemelha ao Brasil quando o assunto é futebol e negócios. Somos nações monotemáticas esportivamente e com um tamanho relativamente próximo de economia.
Por que a Inglaterra consegue um acordo com a televisão de R$ 20 bilhões e os clubes no Brasil penam para ter um patrocinador de camisa, precisando recorrer a uma estatal?
A resposta está na gestão que existe por lá e a indigestão que há aqui.
A Inglaterra entendeu, há 20 anos, que o futebol tem de ser um produto para ter algum valor. O governo deu a estrutura para o futebol trilhar esse caminho na iniciativa privada.
Por aqui, ainda confundimos o papel do governo nessa história. Dinheiro público não deve financiar atividade profissional do esporte mais popular do país. O governo não pode mais dar mesada, precisa criar o ambiente para a mudança.
A Lei de Responsabilidade é uma notícia mais alentadora que a renovação dos vínculos com a Caixa.