A gestão das novas arenas de futebol após a Copa do Mundo era uma das grandes apostas para o início de uma nova era de profissionalização.
Ao menos para mim, havia a esperança de que, na Copa do Mundo, aprenderíamos nós, torcedores, empresas, imprensa e gestores esportivos, um pouco sobre a importância de se ter um estádio que traga melhorias à cadeia produtiva da bola.
Com a investigação da Lava Jato invadindo os campos erguidos para a Copa do Mundo, a situação pode levar a uma terra arrasada após o furacão passar, ainda mais se ele envolver toda a delação da Odebrecht.
A limpeza mais do que necessária da corrupção é um alento, ainda mais num meio com práticas ilícitas muito similares às da esfera pública como é o futebol. Mas qual será o impacto disso sobre os estádios que foram entregues há dois anos?
A saída de players como Odebrecht e OAS pode representar a volta de práticas muito pouco profissionais na gestão de estádios no país. É a volta do Chiquinho da Suderj ao Maracanã, no lugar de mais de 80 profissionais que controlaram o local desde a reinauguração em 2013.
Se, antes da Copa, a expectativa de legado deixado pelas novas arenas era alta, agora esse processo terá de ser criteriosamente revisto para que não incorramos no mesmo erro do passado, que era entregar o estádio ao deus-dará da gestão pública. É só ver o que acontece na Arena Cuiabá para ter a certeza de que nada será tão diferente do que foi no passado.
A Lava Jato traz um legado excelente ao país. Resta saber se o futebol saberá se aproveitar dele.