Caiu como uma bomba a carta feita pelos clubes paulistas e federação pedindo para a CBF deixar de comandar os campeonatos nacionais.
O documento mostra que, sem revolução, o único meio de se mudar o poder é lento e relativamente gradual. Esse é o momento mais frágil da CBF desde os anos 80, quando, estropiada pela ingerência da ditadura militar, a entidade estava falida e sem condições de tocar o futebol.
Também de forma meio natural, surgiu ali o Clube dos 13 e a proposta de uma liga para gerenciar as diversas divisões do Brasileirão.
Agora, o problema na CBF não é a falta de dinheiro, mas o desvio dele. E, da mesma forma, a entidade está tão encurralada que terá de entregar o poder aos clubes. Pelo menos na gestão dos torneios nacionais.
Entenda: Clubes Paulistas pedem para assumir controle do Brasileirão
O movimento dado pelos paulistas deve colocar, nas próximas semanas, o futebol em ebulição. Justamente no período de férias da bola, o futuro do que faremos com ela deverá ser decidido provavelmente em disputas mais tensas que os jogos entre Santos e Palmeiras nesta temporada.
A chegada do endinheirado futebol de São Paulo à briga mostra que não há mais clima para a CBF. Esse deveria ter sido o passo dado pelo futebol em junho, quando José Maria Marin nunca mais voltou da reunião da Fifa em Zurique, e as falcatruas envolvendo a CBF foram reveladas pela Justiça americana.
A sensação de que há um vácuo no poder, porém, só veio agora, com a licença de Marco Polo Del Nero. A água começou a ferver no caldeirão.
Mas será que há um gestor preparado para assumir o controle?