O Pacto pelo Esporte, anunciado nesta semana, inverte a lógica natural da profissionalização do esporte. Em outros cenários, o desenvolvimento da modalidade e a conjuntura socioeconômica fazem surgir a necessidade de criar melhores e mais transparentes estruturas. E esse movimento é construído para atrair público e grandes marcas.
Mas o Brasil é um país novo, em desenvolvimento. E o dinamismo cria exceções que se encaixam a quem se transforma em maior velocidade. Nesse cenário, o esporte não é ponto fora da curva. Com a enorme mutação que o segmento sofreu na última década, poucas entidades foram capazes de acompanhar o ritmo.
O problema é que essa mutação envolveu eventos com enorme apelo. Após receber uma Copa do Mundo, o país está prestes a ter os Jogos Olímpicos em sua mais famosa cidade. Esses encontros abrem desproporcionais oportunidades a marcas inseridas em um contexto de uma realidade ainda distante do esperado.
Essas marcas querem aproveitar o momento, mas não encontram agentes seguros. Cria-se a exceção.
Na verdade, a ordem dos fatores pouco importa para o desenvolvimento do esporte no Brasil. O movimento, por outro lado, é curioso. E um pouco triste. Ele significa que as entidades foram inaptas a atender as novas necessidades de seu meio.
Grandes empresas estão longe de serem as guardiãs da moralidade, mas elas têm uma preocupação com a imagem que as instituições esportivas ainda possuem.
No fim, não importa se o esporte atraiu o dinheiro, ou o dinheiro atraiu o esporte. Para quem trabalha com o segmento, não há o que perder nessa aproximação.