Nada mais parecido com a política do que o esporte brasileiro. A terça-feira (dia 5) foi de escândalo em Salvador, com a apreensão de quantia milionária em um apartamento que seria utilizado por Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria do governo de Michel Temer.
Também foi de vergonha para o Comitê Olímpico do Brasil, que viu a Polícia Federal realizar um mandado de busca e apreensão em sua sede e na casa do presidente Carlos Arthur Nuzman.
O dirigente é suspeito de participar de esquema de pagamento de propina para a eleição do Rio como sede da Olimpíada. Ele teve que entregar o passaporte e não poderá participar da Assembleia Geral do Comitê Olímpico Internacional, semana que vem, no Peru, para ratificar Paris e Los Angeles como sedes dos Jogos de 2024 e 2028.
Há um ano, Nuzman estava com os holofotes voltados para si, mas por um bom motivo. Pela primeira vez um dirigente havia acumulado o cargo de presidente do comitê olímpico do país-sede e do comitê organizador do evento.
Esportivamente falando, o Rio 2016 fora um sucesso. Nuzman discursou na festa de encerramento e, afora ter pintado a bandeira nacional de “vermelho e amarelo”, nada parecia comprometer seu desempenho como gestor.
Volta para este ano, e o cartola necessita administrar dívida de mais de R$ 130 milhões deixada pela organização dos Jogos. Não bastasse isso, Nuzman se iguala a Marco Polo del Nero. Os dois principais dirigentes do esporte brasileiro não podem viajar. Um para não virar foragido. Outro, por temer ser detido no exterior. Triste a sina do esporte e da política do Brasil.