A Síria perdeu para a Austrália no fim do ano passado e não estará na Copa do Mundo de 2018. Ainda assim, o país ganha atenção no Mundial de futebol: a poucos meses do evento, a Rússia se encontra em uma encruzilhada diplomática com os Estados Unidos graças a ataques americanos no país asiático. E isso cria um injusto problema para o grande encontro da Fifa.
Há alguns meses, escrevi que a Rússia tinha um desafio pelo turismo: mudar a imagem de vilão da Guerra Fria. Existem, ainda, preconceitos sobre o modo com que o país pode receber visitantes. Agora, o problema é ainda maior e mais injusto. Após a Copa no Brasil, é na Rússia que surge o medo de violência. Nos últimos dias, teve até corrente de WhatsApp sobre a mudança de sede em caso de guerra.
Não há, no entanto, nenhuma evidência de conflito iminente. E, sem isso, a Rússia é um local bastante seguro. Especialmente a capital Moscou. Hoje, o país tem um índice de 11 homicídios por 100 mil habitantes, longe dos 27 do Brasil. A mais populosa tem menos de 3 por 100 mil. Em Fortaleza, que recebeu o Mundial, o número passa dos 80, o que lamentavelmente coloca a cidade brasileira entre as mais violentas do mundo.
Talvez um bom exemplo da segurança de Moscou tenha acontecido na rodada do último fim de semana do Campeonato Russo. No mesmo dia, CSKA, Spartak e Lokomotiv atuaram na capital do país, algo impossível de se imaginar em São Paulo. Segundo o blog “Priviet, Rússia”, da “Folha de S.Paulo”, a segurança foi bastante reforçada, mas não houve incidentes entre os hooligans locais.
A Rússia tem seus problemas, mas tem tudo para triunfar como o Brasil.