Não é por causa do 7 a 1. Na verdade, o resultado daquele 8 de julho diz mais sobre a desorganização do futebol brasileiro do que a organização do futebol alemão. Tão pouco é pelo título da seleção de Müller, Neuer e companhia. Em 2002, o Brasil foi campeão com uma excelente geração e não serviu de exemplo para ninguém. É pela sustentabilidade do negócio.
Durante a semana, destacamos cinco pontos admiráveis do futebol alemão, fatores que foram fundamentais para o sucesso do país dentro e fora de campo. Não significa, claro, que o modelo seja perfeito, que não apresente gargalhos. Mas, entre os grandes mercados do mundo, é a Alemanha o melhor espelho para o Brasil.
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O país conseguiu um formato em que os clubes têm controle financeiro e são ambientes saudáveis para investimentos. Isso sem tirar o que há de mais essencial no futebol: sua popularidade. Enquanto as festas continuam a ecoar nas arquibancadas, os dirigentes dos times têm um futuro esclarecido, sem riscos eminentes.
A Alemanha está longe dos investimentos para lá de suspeitos do futebol inglês e francês, das arquibancadas frias também do inglês, do desequilíbrio espanhol, da total decadência do italiano. Sua seleção, além de vencedora, tem por trás um sistema de educação e esporte.
Para o Brasil, o fundamental na história é que a distância entre os dois países é muito menor que o placar do Mineirão. Já há a popularidade, os clubes que, ‘na marra’, se desenvolveram muito nos últimos anos, os grandes estádios.
É preciso apenas que haja o entendimento de que seriedade, longo prazo e extremo profissionalismo são condições fundamentais para o pulo do que somos hoje para a potência que eles conseguiram ser.