Notícia da Máquina do Esporte na segunda-feira falava da inauguração que Nike e Barcelona fizeram de um local exclusivo para as mulheres dentro da loja oficial do clube. A iniciativa é interessante, até vanguardista.
O evento de lançamento foi uma apresentação contando com três atletas do time feminino de futebol do Barça, a participação de 11 torcedoras selecionadas por meio de ações nas redes sociais, uma jornalista apresentando o debate… PARA!
Por que o esporte insiste em fazer um evento só com mulher para se comunicar com a mulher?
Historicamente o esporte é um meio tradicionalista. No futebol, pior ainda, a tradição implica em ser machista. Há alguns anos, criou-se o mito de que, para falar com a mulher, é preciso usar… Uma mulher!
Esse pensamento, quase sempre, põe a mulher como um objeto à parte do universo do futebol. Por que o esporte insiste em segregar a mulher quando decide dar mais voz a ela dentro de seu ambiente?
Pensando nesse evento do Barça, Não há nenhum homem interessado em perguntar nada a uma mulher? Por que não levar o Neymar para inaugurar um espaço feminino numa loja da Nike e do Barcelona?
O futebol não aprendeu ainda a falar com o público feminino. Isso fica ainda mais evidente quando Barcelona e Nike só reforçam preconceitos ao apresentar aquilo que deveria ser uma evolução na questão da inserção da mulher no esporte.
Isso sem falar que a tenda feminina ocupa 5% do espaço físico da loja. O consumo, certamente, não deve seguir nem de perto essa proporção.