“Ela combina o melhor desempenho em seu esporte com elegância e força”. Foi dessa maneira que o CEO da Porsche, Mathias Müller, apresentou Maria Sharapova como embaixadora da marca, em 2013. A executiva resumiu bem as características que tornam a russa tão carismática e tão querida por público e patrocinadores. E foi a manutenção desses atributos que protegeu a tenista da crise contra sua imagem.
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Sharapova foi elegante e forte durante todo o período. Desde o início, se manifestou com clareza e sinceridade. Não se omitiu diante de seus erros, não explicitou insatisfação com as consequências deles. Enfim, em nenhum momento a tenista se colocou como vítima do processo. Foi fria e profissional como sempre foi em quadra.
Quando as características que tornam uma celebridade interessante ao mercado são ressaltadas em um período de crise, passa-se uma segurança ainda maior para quem investe para ter a associação de valor. A Porsche, por exemplo, hesitou em deixar Sharapova. Certamente não o fez porque viu na atitude da russa a escolha mais acertada.
Evidentemente, ajudou também a tenista a impressão de que não houve má fé no uso do doping de uma substância permitida até poucas semanas antes do escândalo que a abalou. Foi um caso consideravelmente diferente do ocorrido com Lance Armstrong. Ou até mesmo dos escândalos sexuais que abateram Tiger Woods.
Maria Sharapova não deverá ser mais a mesma. Com 30 anos, o desempenho esportivo está em queda, e sua imagem ainda conviverá com resistências graças à associação ao doping. Ainda assim, será o suficiente para mantê-la como a atleta mais bem paga do mundo. Justo para quem sempre prezou tanto por seus valores.