A notícia de que Globo e Primeira Liga chegaram a um acordo para a transmissão da Liga Sul-Minas-Rio, entre 27 de janeiro e 31 de março de 2016, suscitou uma velha briga nos bastidores do futebol brasileiro: a divisão das cotas de TV.
O assunto é tratado com cautela para não despertar fantasmas. Já existe insatisfação por parte de alguns clubes, como o Fluminense, com a forma como o dinheiro será repartido entre as equipes participantes.
A questão precisa ser conduzida sem excesso de melindres para quem está embaixo, ou intransigência da parte de cima da tabela. Não dá para ser uma divisão igualitária, mas não precisa chegar ao abismo dos torneios organizados pela CBF.
É necessário bom senso e consenso. Caso contrário, a liga corre o risco de perder seu propósito de renovação e liderança. Corre o risco de se perder nos mesmos erros que levaram à sua criação. Corre o risco de estrear natimorta.
Em contrapartida, a parceria da Globo fortalece a liga, que precisa apenas tomar o cuidado para não padecer da “globodependência” no futuro. Nem financeira, nem politicamente. Com a chancela do canal, o torneio entra no mercado do futebol brasileiro pela porta da frente em termos de visibilidade e rentabilidade.
A primeira edição é crucial para criar um modelo de negócios sustentável e atrativo. As polêmicas, neste caso, serão ainda mais daninhas do que a crise na CBF pelo simples motivo de que ainda há desconfiança sobre a continuidade do projeto.
O caminho está aberto. Agora, é só saber trabalhar.