A discussão é antiga. Desde as últimas edições da Copa Sul-Minas e da finada Rio-São Paulo que se debate sobre a necessidade de mudar o calendário e colocar fim aos Campeonatos Estaduais. Se o processo de desenvolvimento foi cambaleante, o início da Primeira Liga mostrou que os torcedores aprovam clássicos e um torneio de tiro curto, porém intenso.
A audiência do SporTV na primeira rodada da Liga Sul-Minas-Rio, atrás apenas da Globo contabilizando emissoras abertas e fechadas, é uma prova de que o público vai atrás da camisa que está em jogo. Sucesso na TV e fora dele, o clássico Atlético-MG e Flamengo abriu a temporada para mais de 30 mil pessoas no Mineirão, contingente digno de reta final do Brasileirão.
Em contrapartida, mesmo com o Corinthians na TV, o Campeonato Paulista teve um início menos atrativo do que em 2015. Os Estaduais, em sua maioria, só servem para reforçar rivalidades regionais, têm um calendário arrastado e só “pegam” nas partidas decisivas.
É óbvio que se faz necessário ressaltar a importância dessas competições aos clubes “nanicos”, que transformam esse período do ano na sua tábua de salvação financeira. Ainda não encontraram a fórmula mágica para que essas equipes se mantenham na ativa economicamente durante toda a temporada, mas é preciso correr contra o tempo. A Primeira Liga vai virar tendência e se espalhar pelo Brasil, a exemplo do que já acontece na Copa Nordeste.
O futebol, finalmente, está aberto a tirar a poeira e se reinventar. E agora descobriu que é fácil convencer o torcedor a comparecer ao estádio e sintonizar na TV: é só oferecer um bom produto para torcer.