Uma das maiores exigências do mercado é a profissionalização do esporte. Bandeira levantada por boa parte da mídia e dos patrocinadores, de fato o esporte no Brasil ainda costuma olhar apenas para a competição, sem entender que ela vai muito além do jogo.
Mas será que o torcedor sabe o que significa ter um esporte mais profissional? No último domingo (18), o Jogo das Estrelas do NBB lotou o ginásio do Ibirapuera. Os fãs se divertiram com show de Thiaguinho, com ações de patrocinadores dentro e fora do ginásio e, claro, com o show de basquete.
Dois dias antes do evento, numa sala dentro de um hotel em São Paulo, os organizadores da liga tentavam fechar o quebra-cabeça de distribuição de ingressos para o evento do domingo.
Reunido com eles, brinquei que essa era uma das equações mais difíceis de se resolver no esporte brasileiro. Eles riram e contaram histórias de pedidos de pessoas famosas ou poderosas por uma vaga na área VIP do evento.
O fato revela uma característica típica do nosso país. Queremos sempre ter um grande evento esportivo à disposição, mas raramente aceitamos que é preciso desembolsar dinheiro para ter acesso a um grande espetáculo!
Quem é o responsável por pagar essa conta de se fazer um grande evento?
Na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos vivenciamos isso de perto. Muitos queriam acesso ao evento, mas quantos de fato queriam pagar por isso?
A profissionalização do esporte no Brasil passa por um novo conceito do que é torcer. O acesso a evento esportivo não pode ser gratuito. Ainda mais os eventos de maior atratividade.
Pedir profissionalização do esporte é fácil. Ser um dos atores dessa mudança, mesmo torcendo, nem tanto.