Gestão profissional é o modo como qualquer clube do mundo pode e deve se organizar para crescer. Para isso ser possível, não é preciso que exista uma empresa; o que não faltam são empresas administradas da forma mais amadora possível. Entende-se por gestão profissional aquele meio que possui um sistema bem definido de governança corporativa.
Essa transição entre uma gestão amadora, ou familiar, a uma gestão profissional de fato é, invariavelmente, uma incumbência melindrosa. Ela envolve a criação de uma missão bem determinada da empresa e um alinhamento de interesse nessa direção por todos os envolvidos, a fim de otimizar o valor da organização em questão.
Na gestão de um clube, esses interesses flutuam entre sócios. Indicar uma direção é tarefa árdua, especialmente para um profissional contratado, de fora. O lado bom é que o processo leva à sustentabilidade do negócio, e a transparência do novo sistema adotado cria uma maior credibilidade junto ao mercado.
Os episódios que envolveram o São Paulo nesta semana explicitaram um enorme enrosco na gestão de Carlos Miguel Aidar justamente quando o presidente do clube queria mostrar o contrário ao mercado. É embaraçoso relacionar uma administração focada em interesses pré-definidos a uma demissão de um CEO em três meses. Deixa claro a má condução desse processo.
Talvez o futebol brasileiro genericamente não esteja preparado para o profissionalismo, ainda que toda a conjuntura econômica aponte essa condição como uma necessidade latente. Aqueles que conseguirem domar as artérias amadoras dos clubes fatalmente triunfarão. Mas não será desta vez que o São Paulo será exemplo.