A racionalidade dos alemães em conduzir seu futebol permitiu à Bundesliga chegar a 15 anos seguidos de crescimento. Sem o mesmo alarde de competições como a Premier League ou a LaLiga, os alemães conseguem fazer de seu torneio um exemplo a ser seguido das mais diversas formas. O problema é que essa “sobriedade” pode custar caro para os planos de crescimento da Bundesliga.
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Enquanto Inglaterra e Espanha começam a fazer barulho mundialmente para atrair a atenção das pessoas, os alemães procuram a discrição em suas ações. Os clubes são extremamente racionais nos investimentos, raramente fazem contratações bombásticas e, mais ainda, procuram não estimular a competitividade a partir do dinheiro.
Isso faz com que os grandes ídolos quase sempre procurem os holofotes e as atenções em outras ligas. Assim, a Bundesliga consegue chamar a atenção por ser um torneio bem organizado, com estádios lotados e um bom gráfico nas transmissões. Mas, da mesma forma, é um torneio que o torcedor pode se acostumar a viver sem.
Além disso, os clubes alemães parecem não viver a pressão por desempenho como em outras ligas. Sabe-se, lá, que o Bayern de Munique é o grande favorito. Outros times e torcidas parecem se conformar em, de vez em quando, atrapalhar a hegemonia rival. Isso também ajuda a não criar muito alarde para a competição.
Por serem tão racionais, os alemães decidiram investir em outras frentes para atrair mais dinheiro. Enquanto Inglaterra, Espanha, Itália e França bombam suas ligas com os grandes jogadores que lá estão, os alemães vão tentando preencher os vazios. É por isso que o investimento da hora, para eles, é em tecnologia. O problema é que a liga espanhola já acordou para isso também. E, mesmo sem a mesma profundidade, já faz muito mais alarde para algumas iniciativas que tem feito para o mercado.
Para crescer, a Bundesliga precisa mostrar que é o campeonato que está sempre à frente dos demais. Ter sempre a maior média de público do futebol no mundo é um excelente indicativo de que alguma coisa está certa por lá. Ser a vanguarda da inovação pode ser o segundo passo fundamental nisso. O problema é que, por ser tão racional, o alemão não costuma fazer alarde sobre as suas conquistas.
Se continuar dessa forma, a Alemanha seguirá como exemplo e, assim, auxiliará no crescimento das demais ligas, mas não terá conseguido alcançar seu potencial máximo de geração de receitas, algo que a Bundesliga diz ser seu objetivo nesse instante.