A liderança do SporTV em 9 das 10 maiores audiências da TV paga em 2017 mostra que, pelo menos no Brasil, o streaming ainda está longe de ser uma realidade. Pelo menos agora.
O sucesso da audiência da emissora se deu basicamente por dois motivos. Evento exclusivo e de alta atratividade.
A maior dificuldade para que o mercado brasileiro assista a uma entrada com apetite dos players de streaming no país é exatamente o fato de ser raro ter evento atrativo e exclusivo a ser exibido no horário nobre da audiência.
Ou melhor. Até existe. Mas já estão comprometidos com o SporTV e, no ano que vem, com o Esporte Interativo.
Para que Amazon, Twitter ou Facebook entrem de sola na disputa por direitos, é preciso que o campeonato seja de muita relevância para a audiência. No Brasil, para que isso ocorra, é preciso que o esporte seja o futebol. E no horário nobre. Não se justifica, por exemplo, fazer grandes esforços por torneios europeus, disputados à tarde.
E aí é que entra todo o enrosco. Na cabeça do público, a disputa do streaming que acontece nos EUA há três anos e começa a ocorrer na Europa já virá automaticamente para o Brasil.
Considerando que direitos do Brasileirão estão negociados até 2024 e que os outros esportes não têm o mesmo apelo popular, muito possivelmente o streaming servirá como alternativa do esporte de menor apelo para chegar ao público fã daquela modalidade.
Ou, então, a revolução que primeiro virá será a do uso do streaming para se exibir conteúdo de esporte atemporal.
Grandes documentários, bastidores de clubes, histórias de atletas. O conteúdo que não é perecível parece ser o de maior apelo, hoje, ao streaming no Brasil. Será assim ao menos até 2024.