Um dos pilares para o esporte ser algo apaixonante é a sua legitimidade. Se há a percepção de cartas marcadas, o torcer perde o sentido. Por isso, é fundamental para o futebol brasileiro que as arbitragens dos jogos sejam cada vez mais profissionalizadas e mais eficientes.
No entanto, por aqui, parece que ninguém está preocupado com essa questão. Pelo contrário: os clubes do país fazem questão de levantar os problemas da maneira mais leviana possível.
O objetivo, claro, é se colocar ao lado do torcedor. Mas, no conjunto da obra, o que se faz é tirar um pouco do interesse do espetáculo.
Em qualquer lugar do mundo, existe reclamação de arbitragem. A diferença está em um controle mais rigoroso. Neste ano, o técnico do Chelsea, o José Mourinho, chegou a ser multado em 25 mil libras por reclamar dos árbitros na Premier League. Não é censura, é esforço pela preservação do produto.
No Brasil, o que se viu na última semana passou longe do limite do aceitável. Na segunda-feira, Flamengo e Palmeiras se superaram. Ambos colocaram notas oficiais em seus sites para expressar irritação com o árbitro que apitou o duelo entre as equipes no fim de semana. Os dois se consideraram prejudicados na partida.
Antes, o Sport foi além. A diretoria falou que o clube irá à justiça processar a CBF e o árbitro por danos morais e financeiros. O motivo da queixa? Um pênalti bastante claro marcado contra o time.
Sem dúvida, a arbitragem precisa ser revista no Brasil, e já faz tempo. Paralelamente, o choro público precisa ser coibido para não afastar torcedores.